segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Do 1º mês

Já andava para «por isto cá para fora» há algum tempo, e agora, depois de ter lido um post da Ana, decidi-me mesmo a fazê-lo.
Começo por dizer que o meu filho é a melhor coisa que aconteceu na minha vida, e não consigo conceber viver sem ele.
Posto isto devo dizer que isto da maternidade não é pêra doce.
E começa logo quando se engravida. Ele são as gordurinhas, as estrias nas mamocas (não gosto desta palavra, mas pronto aqui não tenho de ser coerente, escrevo ao ritmo dos meus pensamentos), mas isso até é o de menos.
Heis que chega o dia do parto. E se forem como eu vão calmíssimas para a maternidade, porque vai tudo correr bem, não há-de doer assim tanto e ainda temos a epidural.
Pois. Enganos redondos. Não querendo entrar em grandes pormenores, só vos digo que durante as dores da dilatação eu só me lembrava daquele filme o “Saw” e de corpos a serem esticados até partir os ossos. Estou a ser demasiado explícita? Crua? Exagerada? Talvez haja quem ache que sim, mas eu sei o que sofri. Doeu sim e muito, mais do que consegui suportar, tanto que gritei que nem uma maluca descontrolada (coisa que nunca pensei fazer) e até o pobre do meu marido levou algumas pancaditas de desespero, literalmente.
Depois o miúdo, nasceu e eu apaixonei-me.
Depois fui para casa da minha mãe com ele, e toda a gente me irritava excepto o meu marido a minha mãe, pai e irmãos.
Com os nervos, o meu leite não chegou. E tive de começar a dar-lhe biberon. Sinceramente, nem me importei muito. Não sou «fundamentalista».
Tinha chegado a fase do tira o leite do peito com a bomba e dá o leite ao bébé, dar mais leite (artificial) pelo biberon, troca fralda, põe bébé a dormir, lava biberons, estereliza biberons, pegar ao colo que está a chorar, por bébé a dormir, tentar descansar 5 minutos, não conseguir, dar biberon a bébé, trocar a fralda, tentar tomar banho, bébé chora, pegar em bébé, preparar banho ao bébé, dar banho ao bébé, dar peito ao bébé, dar biberon ao bébé, adormecer o bébé, etc, etc, etc. Atenção que estive o primeiro mês em casa da minha mãe e por isso não tive que: cozinhar, limpar a casa, lavar roupa, estender roupa, passar roupa a ferro (nem consigo imaginar como seria se também tivesse que o fazer, e sim sei que há muita boa gente a ter de fazer tudo).
Mas o pior para mim nem foi isto. Foi a privação do sono. O ter de acordar de três em três horas. Meu Deus. Custou-me horrores. Nem consigo imaginar viver assim mais de dois, três meses. Quem o faz merece uma grande, grande medalha.
Só de me lembrar dessa fase tremo, e o grande de medo de ter outro filho vem precisamente daí. Isto tudo para dizer que aquele 1º mês para mim, apesar de todo o amor que sinto pelo meu filho e de me derreter sempre que olho para a carinha dele, foi mau. Come-se, dorme-se e respira-se bébé.
Não há tempo para ver um filme, dar um passeio, não há quase tempo para tomar um simples duche, é duro, muito duro.
Do resto, falo em «cenas dos próximos capítulos», se puder claro ;)



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